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Pensando em Economia

Princípios Fundamentais da Economia: Governo, Produção e Escolhas da Sociedade

Publicada em 29/08/25 às 09:45h

Drauzio Rezende Jr


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Princípios Fundamentais da Economia: Governo, Produção e Escolhas da Sociedade
 (Foto: Internet)
Finalmente, chegamos aos últimos princípios fundamentais que regem o funcionamento do sistema econômico. Trataremos da participação e interferência do governo, dos resultados do processo de produção e das escolhas que a sociedade precisa realizar a curto prazo.

Iniciamos tratando do princípio econômico número 7 que dita que o governo interfere na economia. O governo, por seu peso econômico, é tão forte quanto a união de todas as empresas e famílias de uma nação. Assim, ele tem a capacidade de interferir no funcionamento do sistema econômico. Geralmente, o governo diz interferir para obter um benefício para a sociedade. 

Em alguns casos isso realmente acontece, mas na maioria das vezes, o efeito acaba por ser o oposto ao pretendido. E, para isso, basta se lembrar do princípio número 4 de que as pessoas respondem a incentivos. Se a interferência for mal planejada, o incentivo para a ação das empresas e famílias pode resultar em resultados opostos ao esperado. No entanto, a ação governamental visa corrigir as chamadas falhas de mercado. 

O que são elas? São situações em que o sistema de mercado não consegue, por si mesmo, promover a eficiência ou a equidade que se acredita desejada pela sociedade. Nesse caso, o governo intervém promovendo ações que, na visão dos líderes políticos, resolvam o problema. 

Quando se trata de falhas de mercado, existem duas principais: a externalidade, em que o impacto da ação do indivíduo afeta o bem-estar de outras e o poder de mercado quando um indivíduo (pessoa ou empresa) tem a capacidade de influenciar o funcionamento do mercado. Como exemplo de externalidade, podemos citar duas pessoas que possuem unidades em um mesmo condomínio, uma faz uma obra de reforma barulhenta enquanto a outra trabalha em home-office gravando vídeos.

 Ou seja, as ações de um indivíduo afetam os resultados da ação do outro. Nesse caso, o governo interfere impondo regras, como, por exemplo, o direito ao sossego. Como exemplo de poder de mercado, podemos imaginar uma empresa que consegue dominar a oferta de um produto no mercado agindo como um monopólio. Nesse caso, ela controla o preço do bem ofertado. Nesses casos, o governo também pode quebrar o monopólio para impor a concorrência ou regular o monopólio buscando tutelá-lo.

Já o princípio número 8 estabelece que o padrão e vida de um país depende da produtividade de sua sociedade, isto é, da capacidade do país em produzir com maior produtividade e eficiência, comparativamente as outras nações. Isso garante abundância de produtos a preços menores. 

E quanto mais produtivo for um país, mais rica tende a ser a sua população em geral. Para um país ter alta produtividade, é necessário que sua população seja educada, que esta nação invista em tecnologia e inovação, que incentive as pessoas a usarem a criatividade e que seja amiga dos empreendedores, além de, é claro, possuir os recursos necessários para o processo. 

O Brasil, por exemplo, possui uma gigantesca produtividade no agronegócio, que gera muitas divisas para o país e traz prosperidade fazendo com que, comparativamente a outros lugares, os nossos alimentos sejam mais baratos. Isso se deve as condições naturais de clima e solo, mas, também, de muito investimento em melhoramento genético, em melhorias no campo em desenvolvimento tecnológico e em formação de mão de obra qualificada. 

Chegamos, pois ao princípio de número 9: os preços sobem quando o governo imprime dinheiro. Ou seja, a tão conhecida e temida inflação é um fenômeno monetário que resulta no aumento generalizado de preços dos produtos disponíveis, empobrecendo a sociedade.

 Isso acontece por má gestão pública quando o governo gasta muito além do dinheiro de que dispõe em orçamento e, não conseguindo se financiar em quantidade suficiente no mercado, opta por simplesmente imprimir dinheiro para pagar as suas obrigações. 

Trata-se, pois, de um ataque contra a população, pois o governo arranca recursos de maneira sub-reptícia das empresas e famílias por meio da perda do poder aquisitivo da moeda. Em outras palavras, é uma forma “clandestina” de imposto, pois sem regulamentação, de “cobrança de impostos” da sociedade e que penaliza com maior rigor justamente os mais pobres. A inflação tem efeitos deletérios por tornar necessário aumentos das taxas de juros para reduzir a atividade econômica, o que causa aumento de desemprego e deterioração da qualidade de vida, para estabilizar os preços. Por isso, o poder de emitir dinheiro pelo governo, deve ser rigorosamente controlado.

E finalmente, o princípio número 10 ensina que os formuladores de política pública (governo) e a sociedade devem fazer uma escolha difícil no curto prazo. Pela curva de Philips, como acabamos de ver, uma redução da inflação pede um remédio amargo para equilibrar os preços com aumento dos juros, encarecimento dos financiamentos para compras a prazo, redução da atividade econômica e geração de desemprego.

 Porém, uma política de geração de empregos sem consistência, ou uma concessão de benefícios sem contrapartida, gera um aquecimento da economia sem que ela tenha a capacidade de ofertar os bens desejados para todos, levando ao surgimento da inflação por excesso de demanda e falta de capacidade instalada para aumento da produção. Por isso, há a necessidade de muita prudência e responsabilidade na condução de uma economia. 

E encerramos a apresentação dos princípios que regem o funcionamento do sistema econômico. Espero que esse conhecimento o ajude a interpretar melhor as dinâmicas da economia. 

E até a nossa próxima coluna!



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